
Na manhã de segunda-feira (20), funcionários dos Correios cruzaram os braços em duas unidades localizadas no Sul da Ilha, em Florianópolis. A paralisação, segundo o Sintect-SC (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de Santa Catarina), é um protesto contra a falta de limpeza e as condições precárias de higiene nos locais de trabalho.
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De acordo com o presidente do sindicato, Hélio Samuel, as unidades estão sem manutenção adequada há cerca de um mês:
“Nós estamos parados aqui por falta de higiene. Não tem papel higiênico, papel toalha, sabonete líquido, nem uma pessoa responsável pela limpeza. O chão está mais sujo do que a rua. Chegamos a ver ratos passando pelas encomendas”, relatou.
Hélio afirmou ainda que a empresa contratada para a limpeza está há três meses sem receber dos Correios, o que teria levado à interrupção dos serviços.
“Trouxeram uma menina para ajudar na limpeza, mas hoje ela já não apareceu. A Vigilância Sanitária, inclusive, já autuou a empresa. A situação aqui está pior do que em presídio”, denunciou.
O sindicato também aponta que os roedores chegaram a destruir caixas de correspondência, o que, segundo os trabalhadores, representa risco à saúde tanto para os empregados quanto para os destinatários das encomendas.
“As caixas chegam rasgadas, comidas nos cantos. É uma questão sanitária e de saúde pública. Ninguém quer sair de casa para trabalhar num lugar assim”, reforçou o presidente do sindicato.
O Sintect-SC informou que cerca de 90% dos funcionários das unidades de entrega e distribuição da região aderiram à paralisação.
Protestos em outras cidades
Outras unidades dos Correios em Santa Catarina também registraram mobilizações por motivos semelhantes. Em Blumenau, trabalhadores do CDD (Centro de Distribuição Domiciliar) Vorstadt entraram em greve no dia 15, reivindicando melhorias na infraestrutura, manutenção dos veículos e condições básicas de higiene.
Posicionamento dos Correios
Em nota, os Correios confirmaram a paralisação e afirmaram estar acompanhando as reivindicações “com atenção”. Veja a íntegra:
Em relação à paralisação realizada hoje (20) por empregados das unidades operacionais localizadas no Sul da Ilha de Florianópolis, afirmamos que a empresa acompanha com atenção as reivindicações da categoria.
O Centro de Distribuição Domiciliária e o Centro de Entrega de Encomendas operam contingencialmente, a fim de garantir a continuidade das atividades e minimizar eventuais impactos à população.
A estatal também atribuiu a falta de limpeza a ajustes contratuais com a prestadora de serviços terceirizada, e informou que está trabalhando para restabelecer as condições ideais em todas as unidades.