Santa Catarina reforça protocolos de saúde e fiscalização para prevenir intoxicação por metanol

Estado não tem casos registrados, mas governo mobiliza rede médica, Procon e forças de segurança após surtos em São Paulo
Por: redacao
em 06/10/2025 às 14:55 - Atualizado há 4 horas.
Santa Catarina reforça protocolos de saúde e fiscalização para prevenir intoxicação por metanol
Foto: Reprodução

Mesmo sem registros ou suspeitas no Estado, o Governo de Santa Catarina já mobilizou toda a rede assistencial e de vigilância sanitária para atuar de forma preventiva contra possíveis casos de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica que causou uma série de internações e mortes em São Paulo nas últimas semanas, após o consumo de destilados adulterados.

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Por determinação do governador Jorginho Mello, a Secretaria de Estado da Saúde reforçou os protocolos clínicos de atendimento e garantiu a disponibilidade imediata do antídoto na rede pública. A ação se dá no contexto da classificação do problema em São Paulo como um ESP (Evento de Saúde Pública).

“Não temos casos em Santa Catarina. De qualquer forma, já determinei o aumento na fiscalização e o antídoto disponível na nossa rede de imediato. Nós estamos fazendo contato com toda a rede de saúde para saberem do encaminhamento correto em caso de alguém intoxicado. Estamos com Saúde a postos, Procon atuando e Forças de Segurança, que podem investigar qualquer indício. Esperamos não precisar.”, destacou o governador Jorginho Mello, que se reuniu com Procon-SC, Polícia Civil, Imetro-SC e Secretaria da Saúde na última quinta-feira, 2, para tratar do reforço na atuação preventiva.

A Secretaria da Saúde reforça que o atendimento rápido é essencial para tratar a intoxicação. O protocolo reforçado prevê que, em casos de atendimentos com suspeita de intoxicação por metanol, o serviço de saúde deverá entrar em contato com o CIATox-SC por meio dos telefones: 0800 643 5252 (24h) e (48) 3721 9173. O objetivo é garantir o manejo adequado ao paciente.

Ao identificar um caso suspeito, é importante também guardar a embalagem da bebida, registrar o local de aquisição e identificar possíveis outras pessoas que possam ter consumido o produto que tem a suspeita de ter sido adulterado. Essas informações serão essenciais para identificar em que ponto da cadeia de produção pode ter ocorrido o crime de adulteração da bebida.

Fique atento aos sinais de alerta e procure assistência médica, em especial se estiver com visão turva:

  • Iniciais (até 6h): cefaléia, tontura, sonolência, náuseas, vômitos, dor abdominal, alterações visuais (visão turva, escotomas, fotofobia), quadro de “embriaguez atípica”.
  • Latência (12–24h): acidose metabólica progressiva; sintomas neurológicos e visuais podem se intensificar; coingestão de etanol pode retardar a evolução.
  • Graves: convulsões, coma, cegueira irreversível, acidose refratária, choque, insuficiência renal, pancreatite, arritmias e falência multissistêmica.

“Por determinação do governador Jorginho Mello organizamos toda a rede de saúde com orientações e definição de manejo clínico. Enviamos uma nota técnica aos municípios com todos os detalhes e se houver alguma suspeita de intoxicação estamos preparados para atender a nossa população, inclusive com agilidade na realização de exames e com antídoto disponível”, destaca o Secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi.

Há três anos o estado de Santa Catarina não registra nenhum óbito por ingestão de metanol. O último óbito por este tipo de intoxicação em Santa Catarina aconteceu em 2022 e não teve relação com o problema identificado em São Paulo. O óbito naquele ano foi causado pela ingestão de combustível.

Procon estadual orienta municípios

“Santa Catarina está preparada para enfrentar a crise do metanol nas bebidas! Todo caso suspeito será investigado”, disse a delegada Michele Alves, diretora do Procon/SC.

A Diretoria de Relações e Defesa do Consumidor realizou, nesta quinta-feira, 2, uma reunião com os Procons municipais de Santa Catarina para formalizar um Procedimento Operacional Padrão (POP) no combate a bebidas falsificadas. Com isso, o PROCON/SC busca padronizar a fiscalização de bares, supermercados e distribuidores de bebidas para evitar casos semelhantes no Estado.

“Todas as pessoas que comercializam produtos (alcoólicos) terão que comprovar a origem lícita. Estamos convidando os setores de entretenimento, distribuidores e associações de supermercados para facilitar o acesso às notas de origem, a redobrar a atenção na aquisição desses produtos e para evitar a compra de produtos suspeitos”, explica Michele.