
As quedas estão entre os principais motivos de internação de pessoas idosas no Brasil. Segundo dados do Ministério da Saúde, 486.792 pessoas com 60 anos ou mais foram atendidas em departamentos de emergência do SUS (Sistema Único de Saúde) e, como consequência, internadas por quedas entre 2022 e o primeiro semestre de 2025.
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O tema é um dos destaques do V SBMEDE – Congresso Sul Brasileiro de Medicina de Emergência, que ocorre em Florianópolis até sexta-feira (31). O encontro reúne profissionais de todo o país e do exterior para discutir boas práticas, novas tecnologias e integração entre os níveis de atenção à saúde.
“As quedas de idosos representam uma das emergências mais comuns e, muitas vezes, mais negligenciadas. É preciso fortalecer protocolos, capacitar equipes e ampliar estratégias de prevenção para reduzir as complicações e as reincidências”, afirma o presidente do V SBMEDE, Bruno Kroeff. Segundo ele, o envelhecimento da população brasileira traz novos desafios também para os emergencistas. “Discutir o atendimento rápido, eficiente e humanizado é essencial para preservar a autonomia e a qualidade de vida dos pacientes”, complementa Kroeff.
Esses episódios, aparentemente banais, costumam ocorrer dentro de casa e frequentemente resultam em fraturas graves, traumas e perda de autonomia, exigindo hospitalização e longos períodos de reabilitação. O número de registros permanece elevado ao longo dos últimos anos: 129,5 mil em 2022, 136 mil em 2023 e 145,4 mil em 2024. Somente nos seis primeiros meses de 2025, já foram registradas 75,6 mil ocorrências, indicando a continuidade do padrão de alta demanda nas emergências.
Principais causas
As quedas no mesmo nível, como escorregões e tropeços, representam 45% de todos os atendimentos, segundo o levantamento: mais de 219 mil casos de internação. São acidentes domésticos corriqueiros, mas que figuram entre as principais causas de fratura de fêmur e quadril em idosos.
Segundo os dados, do total de casos, a maior parte das vítimas é do sexo feminino (297,6 mil casos, contra 189,1 mil entre os homens), reflexo da maior longevidade e da maior incidência de osteoporose entre mulheres idosas.
A Região Sul concentra quase uma em cada cinco ocorrências de emergência por quedas, que levaram a internações, entre os idosos do país: 90,9 mil episódios. Em Santa Catarina, foram cerca de 15 mil atendimentos nessa modalidade entre 2022 e 2025, número que acompanha o envelhecimento populacional e a alta expectativa de vida da população local.

