Santa Catarina leva voz dos municípios à COP 30 e defende protagonismo local na ação climática

“Carta de Santa Catarina”, entregue pelo prefeito de Florianópolis e presidente da FECAM, Topázio Neto, propõe que cidades liderem e recebam financiamento direto para a transição climática
Por: Jéssica Schmidt
em 12/11/2025 às 15:10 - Atualizado há 2 horas.
Santa Catarina leva voz dos municípios à COP 30 e defende protagonismo local na ação climática
Foto: Fecam/Divulgação

O prefeito de Florianópolis e presidente da Fecam (Federação Catarinense dos Municípios), Topázio Neto, entregou na terça-feira (11), em Belém (PA), a “Carta de Santa Catarina” aos organizadores da COP 30.

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O documento, que representa os 295 municípios catarinenses, posiciona o municipalismo catarinense na vanguarda da ação climática, propondo que a transição ecológica global seja liderada e financiada a partir das cidades.

A presença de Topázio Neto e de outras autoridades da política catarinense marcou a participação de Santa Catarina e da Fecam no principal evento climático mundial.

A instituição sugere, por meio do documento, que o papel dos governos locais vá além do reconhecimento simbólico, traduzindo-se em participação institucional efetiva no regime climático global. Os municípios catarinenses, já atuando como “laboratórios de resiliência” em infraestrutura verde e gestão de resíduos, precisam de apoio estrutural para ampliar suas iniciativas, destaca a FECAM. A carta contém propostas estratégicas.

Confira:

  • Acesso Direto a Fundos Climáticos: Simplificar e desburocratizar o acesso de entes subnacionais a fundos climáticos internacionais, garantindo recursos para ações de adaptação e resiliência urbana e rural.
  • Reconhecimento da Agricultura Familiar: Implementar o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), linhas de crédito diferenciadas e o selo “Agricultura Familiar Sustentável Catarinense”, valorizando práticas que excedem as exigências legais de conservação.
  • Participação Efetiva nas NDCs: Criar mecanismos para garantir voz e voto aos governos locais nos processos deliberativos da UNFCCC e na formulação das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs 3.0).
  • O documento reforça que a justiça climática deve ser a espinha dorsal das políticas públicas, assegurando que os municípios tenham autonomia e capacidade para proteger as populações mais vulneráveis dos efeitos da crise climática. A entrega da Carta na COP30 consolida a posição da FECAM na defesa de um desenvolvimento equitativo, sustentável e democraticamente construído a partir dos territórios.