A Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, inicia na temporada de verão 2025/2026 o projeto Praia Lixo Zero. A Praia do Matadeiro será a primeira a receber a iniciativa, que integra a Operação Verão e tem como objetivo estruturar um sistema de valorização dos resíduos sólidos gerados por moradores, turistas e estabelecimentos comerciais.
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O projeto nasce alinhado às metas do programa Florianópolis Capital Lixo Zero, que orienta a política municipal de resíduos e estabelece o compromisso de valorizar 60% dos recicláveis secos e 90% dos recicláveis orgânicos até 2030. Atualmente, o município opera com quatro fraçflões de resíduos (orgânicos, vidros, recicláveis secos e rejeitos) e em 2024 valorizou cerca de 13% dos materiais orgânicos e 11% dos recicláveis secos.
“Durante a temporada de verão, o cuidado com o gerenciamento de resíduos precisa ser ainda maior. As praias recebem um fluxo intenso de visitantes, o que pressiona os sistemas existentes. Estruturar um programa como este é fundamental para aperfeiçoar o manejo dos resíduos e avançar em um modelo alinhado às metas da capital Lixo Zero”, pontua o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Alexandre Waltrick.
Embora Florianópolis seja referência nacional e internacional em turismo sustentável, o gerenciamento de resíduos nas praias ainda não acompanha integralmente o modelo Lixo Zero da cidade, principalmente pela ausência de segregação na fonte. A Praia do Matadeiro foi escolhida para iniciar o projeto pela combinação de isolamento geográfico, escala comunitária e contato direto com a natureza, além das características do manejo já existente no local.
“A proposta piloto no Matadeiro servirá de base para a expansão da iniciativa para outras regiões da cidade nos próximos verões. Hoje, os resíduos são depositados em uma lixeira comunitária no início da trilha e depois seguem para a Armação, sem a devida segregação, o que dificulta práticas de reciclagem e compostagem e não está alinhado às metas que temos para a cidade. O Matadeiro reúne as condições ideais para testar um novo modelo e estruturá-lo de forma eficiente desde a origem”, explica Ulisses Bianchini, subsecretário de Resíduos Sólidos.
O diagnóstico realizado na região reforça essa escolha.
“Mais de 80% dos moradores já levam seus resíduos até o ponto comunitário e quase 90% tratam parte dos orgânicos em casa, o que revela disposição da comunidade para um sistema mais eficiente. Os restaurantes, por sua vez, chegam a produzir cerca de 3 mil litros de resíduos por dia durante a temporada, o que exige uma estrutura de segregação e tratamento mais adequada”, destaca a Engenheira Sanitarista e Ambiental da Subsecretaria de Resíduos Sólidos de Florianópolis, Karina da Silva.
Novo modelo de gestão de resíduos
A antiga lixeira comunitária será revitalizada e transformada em uma Central de Valorização de Resíduos, com compartimentos distintos para recicláveis secos, compostáveis orgânicos e rejeitos. O espaço concentrará o descarte de moradores, comerciantes e visitantes, com identificação clara das frações.
O gerenciamento domiciliar será realizado em novo formato. Nas residências, os resíduos orgânicos serão separados em baldinhos de 3 litros e tratados localmente por meio de kits de compostagem do Minhoca na Cabeça. Os recicláveis secos deverão ser acondicionados em sacos coloridos ou translúcidos e descartados às segundas e sextas-feiras, a partir das 13h, no compartimento azul da Central. Já os rejeitos serão direcionados ao compartimento cinza.
Nos restaurantes, o sistema seguirá a mesma lógica, mas adaptado ao maior volume gerado. Os resíduos orgânicos serão separados tanto no pré quanto no pós-preparo e tratados localmente por meio de sistemas de compostagem em caixas d’água. Os recicláveis secos priorizarão materiais com valor de comercialização, excluindo itens como embalagens de picolé e descartáveis, que não têm viabilidade de reciclagem e acabam sendo rejeitos.
A ação também inclui uma campanha de incentivo aos copos retornáveis, que serão vendidos nos estabelecimentos como alternativa aos descartáveis.
Cada restaurante também disponibilizará, na frente do seu espaço, quatro lixeiras identificadas para uso dos frequentadores da praia, destinadas a metais, plásticos, vidros e rejeitos.
“Os turistas que acessarem o Matadeiro receberão orientação sobre o projeto e suas regras diariamente, com uma equipe de Educação Ambiental. Para facilitar o descarte, receberão um saco pardo para acondicionar os resíduos gerados durante a permanência no local. Ao deixar a praia, deverão levar os resíduos até a Central, separando cada fração no local indicado. Vidros continuarão a ser descartados somente no PEV da Armação. Além disso, toda a trilha de acesso será sinalizada com placas explicativas sobre o passo a passo do gerenciamento”, afirma a Gerente da Divisão de Planejamento e Educação Ambiental, Daiana Bastezini.
O projeto também define diretrizes para resíduos que não podem ser descartados na Central, como volumosos. Esses materiais devem ser levados ao Ecoponto do Morro das Pedras ou recolhidos mediante agendamento pelo WhatsApp, através do número (48) 3216 0202, de segunda a sexta, das 8h às 17h.
