Florianópolis inicia novo protocolo de internações involuntárias em clínicas fora do estado

Primeira paciente, uma jovem de 23 anos em situação de rua, foi levada para clínica psiquiátrica em Curitiba; tratamento prevê mínimo de 90 dias
Por: juanbonifacio
em 22/09/2025 às 09:50 - Atualizado há 7 horas atrás.

A Prefeitura de Florianópolis iniciou um novo modelo de internações involuntárias para pessoas em situação de rua com dependência química. A partir de um edital de credenciamento nacional, o município passou a contratar vagas em clínicas particulares de outros estados.

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Na sexta-feira (20), a primeira paciente dentro do novo protocolo foi internada em uma clínica psiquiátrica em Curitiba (PR). Trata-se de uma jovem de 23 anos, em situação de rua desde os 18, que enfrenta dependência de crack, vive com HIV e possui problemas psicológicos. Segundo a prefeitura, ela dormia na Passarela da Cidadania e já havia sido abordada diversas vezes pela assistência social, sem adesão.

Como funciona o novo modelo

De acordo com o prefeito Topázio Neto (PSD), a iniciativa busca ampliar a rede de atendimento.

“Antes, ficávamos limitados a clínicas de nossa região e, muitas vezes, essas pessoas não conseguiam fazer o tratamento completo. Agora, queremos ganhar escala”, disse.

A internação involuntária só ocorre mediante avaliação médica, quando a pessoa é considerada sem condições de buscar ajuda sozinha. Em Florianópolis, o ambulatório da Passarela da Cidadania faz o acompanhamento e pode recomendar a medida em casos de repetidas abordagens sem sucesso e risco à saúde física e mental do paciente.

O novo protocolo prevê tratamento mínimo de 90 dias, podendo se estender a até nove meses, com possibilidade de renovação. Durante esse período, o acompanhamento é feito por equipe médica em conjunto com o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e a prefeitura.

E depois da internação?

Após a alta, é elaborado um plano individual, que pode incluir reconexão com a família, acolhimento em casas inclusivas ou inserção em cursos de qualificação profissional. “Temos vários exemplos em que a internação foi o primeiro passo para conseguir emprego e mudar de vida”, afirmou o prefeito.

Segundo a prefeitura, em 2025 já foram emitidas mais de 400 passagens para pessoas em situação de rua retornarem às suas cidades de origem, após articulação com as assistências sociais dos municípios.