
Da cozinha de casa para as gôndolas de grandes redes de atacado: histórias como a do produtor Edson Lourenço de Lima, 42 anos, de Correia Pinto, das bolachas “Vó Zeli”, mostram o alcance do programa Produtores da Serra.
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Criada pelo Banco da Família, instituição de microfinanças sem fins lucrativos, a iniciativa já beneficiou 26 empreendedores em 12 municípios da Serra Catarinense, Alto Vale do Itajaí, Meio-Oeste e Extremo Oeste de Santa Catarina.
A maioria são famílias que transformaram a produção artesanal – temperos, conservas doces e salgadas, geleias, mel, queijos e salames – em fonte principal de renda.
Indicado por outros participantes, Edson conheceu o Produtores da Serra e encontrou no programa a ponte para ampliar sua rede de clientes. Foi por meio da iniciativa que suas bolachas chegaram a mercados como Brasil Atacadista e Alvorada, passo decisivo para o crescimento do negócio. “Graças ao programa, conseguimos abrir mercado e hoje atendemos mais de 500 clientes, de pequenos a grandes estabelecimentos em regiões como Joaçaba, Concórdia, Campos Novos e Lages”, destaca.
O que começou há cerca de 20 anos com sua mãe, dona Zeli, fazendo bolachas em casa, transformou-se em uma produção de mais de 50 toneladas por ano. A marca, criada em homenagem à mãe, segue como tradição familiar e também como expressão de fé. “Há cinco anos fiz uma oração pedindo que Deus assumisse comigo o trabalho na masseira. Hoje é o sustento da nossa família e ainda gera empregos na comunidade”, conta.
Diretora do Banco da Família, Geórgia Schmidt explica que o programa cresceu para além da Serra Catarinense e se consolida como um espaço de inovação social. “Além de conectar pequenos produtores a comércios e estabelecimentos por meio de parcerias de venda, participação em feiras e eventos que fortalecem suas marcas, o Produtores da Serra oferece capacitação em gestão e incentiva a cooperação entre famílias e comunidades”, diz.

Apoio a mulheres de menor renda
Neste ano, o Produtores da Serra passou a atuar em uma nova frente com um projeto social, o BF Microfranquia, que beneficia mulheres de menor renda que revendem produtos de empresários do programa. Entre elas está Iraci Ribeiro Camargo, de 76 anos, moradora de Lages. Aposentada, ela começou há pouco mais de um mês a revender biscoitos caseiros da marca Dete e já celebra os resultados.
“Estou achando muito bom, é um dinheirinho que entra e também me anima a conversar mais com as pessoas”, conta. Iraci pega kits de 10 pacotes a cada dois dias, que revende para amigas, sobrinhas e vizinhos. Para ela, além do complemento financeiro para a família, a atividade trouxe autoestima e novas relações sociais na comunidade.
Desde março de 2025, 94 kits já foram entregues e 26 empreendedoras [IR4] participaram da iniciativa, acumulando lucros a partir de R$ 5 mil. Os produtos, que variam de temperos a bolachas, chegam ao mercado com preços acessíveis, entre R$ 1,67 e R$ 6,50, e permitem margens de revenda que fortalecem o orçamento das famílias. Três produtores da rede já atuam como fornecedores.
Segundo Izabela Ramos, supervisora de Responsabilidade Social do Banco da Família, a iniciativa de revenda de produtos faz parte do projeto BF Microfranquias voltado a mulheres e famílias que desejam empreender, mas enfrentam barreiras como a falta de capital ou experiência.
“Inspirada em modelos internacionais, a ação começou com a revenda de bolachas artesanais e temperos naturais produzidos por pequenos empreendedores da Serra Catarinense. Já impactou 26 mulheres. Parte delas renovaram os estoques. Para outra parcela, a microfranquia representa uma renda complementar e algumas delas têm o negócio como sua principal fonte de sustento. O modelo alia inclusão produtiva, fortalecimento da economia local e autonomia financeira feminina, com grande potencial de expansão”, destaca.
Para saber mais sobre as microfranquias, basta entrar em contato por meio do telefone 0800 648 4444 ou do e-mail contato@bancodafamilia.org.br .
Como participar do programa Produtores da Serra
Para integrar o programa, os empreendedores precisam atender a alguns requisitos de formalização, como possuir registro que permita emissão de nota fiscal, alvará da vigilância sanitária e rótulos com informações nutricionais. Após reunião de apresentação, análise dos produtos e envio da documentação, o produtor assina um termo de adesão e passa a fazer parte da rede.
Sobre o Banco da Família
Fundado em 1998 em Lages, o Banco da Família atende clientes em mais de 300 cidades nos três estados do Sul do Brasil. Foi eleita a melhor instituição de microfinanças do Brasil e está entre as 5 melhores organizações do mundo no ramo das microfinanças, de acordo com o ranking da MicroRate (2024).
Com uma trajetória de mais de duas décadas, a instituição realizou aproximadamente 450 mil operações que impactaram mais de 1,8 milhão de pessoas, com a liberação de quase R$ 2,9 bilhões em recursos.