
O caso da médica Lenise Fernandes Sampaio, acusada de atirar contra o ex-marido, o policial militar Wellington da Silva Cruz, será levado a júri popular no próximo 9 de outubro, em Jaraguá do Sul, no Norte de Santa Catarina.
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O crime aconteceu em 11 de agosto de 2024, no Dia dos Pais, e ganhou grande repercussão após imagens de câmeras de segurança mostrarem a médica arrombando — sem deixar sinais visíveis — a porta do apartamento onde o ex estava com o filho do casal.
Segundo a Polícia Civil, Lenise teria burlado duas camadas de segurança do prédio — incluindo reconhecimento facial e uso de uma tag — e se escondido dentro de um armário do apartamento, de onde teria saído para atirar no ex-companheiro.
A médica alegou à Polícia Militar que foi até o local preocupada com o filho, que estaria chorando ao telefone. Ainda segundo a versão dela, ao ser agredida pelo ex-marido, agiu em legítima defesa.
Por outro lado, o delegado Caleu Henrique Gomes de Mello aponta que as declarações da médica não condizem com as provas colhidas. “Ela se recusou a explicar como entrou no imóvel e há um lapso importante na versão apresentada”, afirmou o delegado.
Em entrevista à imprensa, Wellington contou que estava passando o fim de semana com o filho e, ao subir para o banheiro, foi surpreendido por Lenise, que teria saído de dentro do armário e atirado três vezes em suas costas.
“Eu estava voltando de um passeio com o meu filho. Estávamos no shopping, e, quando cheguei no apartamento que alugamos na cidade, fiquei um tempo no andar de baixo, fazendo tarefas e assistindo TV com ele. Após cerca de uma hora e meia, subi para o banheiro”, disse ele.
Wellington, que mora em Campo Grande (MS), precisou passar por três cirurgias, ficou 20 dias internado e usou muletas por cerca de quatro meses. Parte de sua perna foi amputada em decorrência dos ferimentos.
O casal estava em processo judicial pela guarda do filho. O pai havia obtido autorização judicial para passar o fim de semana com a criança em Jaraguá do Sul, onde alugou o apartamento.
Defesa e acusação
A médica foi presa em flagrante e teve a prisão convertida para preventiva. A arma utilizada no crime, uma pistola 9mm, estava registrada em seu nome como CAC (Colecionadora, Atiradora e Caçadora).
A defesa de Lenise, formada pelos advogados Felipe da Silva Carlos, Anelise Barres Monteiro Abreu, Arilenes Linzmeyer e Luiz Otávio Doerlitz, sustenta a tese de legítima defesa, alegando que ela sofria violência há anos.
Júri será parcialmente aberto ao público
O julgamento está marcado para o dia 9 de outubro de 2025. Pela complexidade do caso e o envolvimento de menor de idade, o júri deverá ocorrer a portas fechadas durante a manhã. No período da tarde, será aberto ao público.