
O desembargador João Marcos Buch, do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina , denunciou ter sido alvo de um episódio de intimidação com conotação política e homofóbica na quarta-feira (17), enquanto caminhava por uma rua de Florianópolis. Segundo o magistrado, um motorista reduziu a velocidade do veículo, gritou ofensas e adotou uma postura que ele classificou como “ameaçadora e violenta”.
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De acordo com o relato, o homem teria gritado repetidas vezes: “Petista não entra no meu Uber”. Buch afirmou ainda que chegou a ouvir também a expressão “bicha e petista não entram no meu carro”.
O desembargador descreveu o tom agressivo do motorista como ameaçador, a ponto de acreditar que poderia ser alvo de um disparo de arma de fogo ou até mesmo atropelado. “A forma e a maneira com que aquele motorista se dirigiu a mim indicaram que poderia sacar alguma arma e fazer um disparo, tanta era a virulência com que se comportava”, disse.
Ele relatou ainda a suspeita de que o homem pudesse estar à sua espera na rua por onde passava. Após a abordagem, o motorista deixou o local em arrancada brusca. O carro e a placa foram fotografados pelos assessores.
Buch reforçou que não possui filiação partidária, como é exigido pela Constituição, e considerou infundadas as acusações feitas contra ele pelo agressor. “Independentemente do fato de que um magistrado não pode ter filiação político-partidária e que, mesmo que quisesse, eu não poderia ser petista, senti-me ameaçado como poucas vezes antes na minha vida”, afirmou.
O magistrado adiantou que irá adotar as medidas cíveis e criminais cabíveis e que comunicará o episódio à empresa Uber. “Não pretendo, a esta altura do campeonato, ter que andar escoltado por esta linda ilha, que continua sendo um polo de cultura, pluralidade e inclusão”, completou.